Nasci no dia 03/02/1951 em Bragança Paulista, filha única, meus pais Sebastião M. Oliveira e Sebastiana M. Oliveira.
Meu pai era funcionário Municipal, trabalhava como coletor de lixo e também em trabalhos braçais. Minha mãe era lavadeira e faxineira. Tanto meu pai quanto minha mãe não eram alfabetizados, mas lutavam para que eu fosse.
Meu início escolar foi na Escola Dr. Jorge Tibiriçá e terminei o 4° ano no Cásper Líbero.
Aos 11 anos fui trabalhar como babá e não tinha como continuar os estudos porque a partir de então, na época, o estudo era pago.
Casei aos dezessete anos e tive o primeiro e único filho. Muito nova e cheia de sonhos, após cinco anos de casada, comecei a batalha para uma vida melhor. Uma amiga muito querida me incentivou a trabalhar como manicure. Sem curso especializado, fui em frente, vendia roupas, jóias e trabalhava à noite como babá.

Voltei a estudar aos 23 anos, com o apoio do meu marido sabendo que ninguém me segurava. Fiz o ginasial no Colégio Rio Branco e o magistério no Cásper Líbero.

Fui dar aulas em sítios distantes e cheguei a conclusão que como professora eu não alcançaria meus objetivos, ganhava muito mais com o que eu já fazia. Compramos a primeira casa e o primeiro carro. A casa ficava à beira de um rio onde as enchentes eram inevitáveis. Livramo-nos do aluguel e ainda pudemos acolher meus pais, era o que eu mais precisava.
Em 1988 abri meu primeiro Brechó que deu tão certo que comecei a sonhar mais alto, me livrar das enchentes, fazer uma faculdade e escrever meu livro.
Em 1997 mudei para a casa dos sonhos, e em 2003, entrei para a faculdade de Letras na FESB. Lecionei na Escola Estadual Luiz Roberto Pinheiro Alegretti como professora do EJA por seis anos, só deixei pela enfermidade do meu marido que faleceu em 2019. Em 2021 fui surpreendida com um convite para ingressar na Academia Bragantina de Letras por pessoas que fizeram parte da minha história. Acredito que a minha participação na ABL será a grande oportunidade de aprendizado, enriquecimento literário e cultural para que no futuro eu possa realizar o sonho que ainda está faltando, escrever meu livro.

Daniel Deusdedit Peluso, bragantino, conhecido na cidade como Dedé.
Possuía uma cultura abrangente em diversas áreas. Perspicaz e criativo se destacou como poeta, jornalista e cronista social. Na sua trajetória jornalística, fez parte do “O Lírio Jornal”, “Cidade de Bragança” e “Jornal Diário”, onde conseguia passar aos leitores o lado sombrio da política com pitadas de humor. De espírito cívico e patriota, acreditava que os meios de comunicação eram a solução para as mudanças do país.

Deixo aqui minha eterna admiração e orgulho a esse cidadão que deixou um grande legado, e muito contribuiu para nossa cidade.